Esse texto não é uma reclamação e nem uma
crítica. É somente uma forma de expor uma situação. Não to querendo dar
uma de revoltado com o governo e com o sistema, até por que não ia
adiantar. Estamos cansados de ver barbaridades na televisão e às vezes
esquecemos de ver como está a nossa vida. Sim, vocês já compararam a
suas vidas com a de um preso? Provavelmente não, até agora.
Nossa vida ultimamente ta assim: a gente vive com medo. Não podemos
chegar em casa antes das 9 da noite e nem podemos sair antes da 5 da
manhã. Não podemos abastecer o carro, ir ao mercado, pagar uma conta,
andar de ônibus, estacionar o carro, andar a pé ou levar o filho na
escola. Ta tudo uma zona. Não temos segurança nenhuma. Tá, mas o quê que
isso tem a ver com os presos? Eles não estão presos? Resposta: tão sim.
E é aí que ta o problema.
Beleza, o cara cometeu um crime e pá,
foi preso. Palmas pra polícia. O cara trabalhava numa pastelaria e
ganhava um salário mínimo. Vai pra prisão. Chegando lá, a única parte
ruim é que uma cela que cabe 2 pessoas guardam 12 presos. E o que ele
ganha? Um auxílio-reclusão, que pode chegar a R$ 971,78. Refeições,
banho de sol e saidão. Ônibus até a rodoviária, no horário certinho. Um
Fim de semana fora, pra bater perna e encontrar a rapaziada. E depois
volta. Fora outras regalias que a gente não tem acesso e/ou a gente não
sabe. E a gente? Trabalha de segunda à sexta, com 99,9% de ser assaltado
e/ou seqüestrado, se não mortos. Final de semana? Vai pra baladinha com
os amigos e na volta cadê o carro? Chegou o dia cinco? Tá lá na conta
R$700,00 reais, sendo que você trabalha 9 horas por dia 5 dias por
semana.
O convívio com os outros presos é conseqüência do que
ele fez. Sou desses que tem o senso de justiça muito aguçado. O cara tem
que pagar mesmo. Que ele coma o pão que o diabo amassou lá dentro e não
a gente.Engraçado,né? E, temos que rir quando devemos chorar.
POR LUIZ HERCULANO
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